janeiro 30, 2006

Cinderela


Chamava-se Cinderela e estava Linda… mas não havia baile e ela não tinha saído da música do Carlos Paião. Havia um príncipe mas que depressa se desvaneceria no ar ao descobrir que não havia sapato perdido… os príncipes encantados sempre foram muito duvidosos… Cinderela também não era propriamente a pobre menina maltratada pela madrasta má e pelas irmãs feias… apenas tinha sido magoada por candidatos a príncipes encantados, quase tantos como os candidatos para o Casting dos Morangos com Açúcar… poucos estiveram próximos de conseguir o papel principal na sua vida privada… este nem tinha passado do primeiro Acto… que desilusão… cada vez mais havia candidatos a mais e verdadeiros príncipes a menos. Por falta de actores resolveu fechar a peça…

janeiro 27, 2006

A maldição da profecia

Não te atrevas a soltar essa criatura que existe dentro de mim e que deu tanto trabalho a trancar nas masmorras da alma… é como abrir a caixa de Pandora e tu já desceste as escadas do calabouço e aproximas-te a passos largos da entrada do cativeiro dela… não imaginas os crimes de sentir que ela já cometeu, não imaginas os séculos de tortura que a levaram à loucura… Os gritos de mágoa vão acabar por se apoderar de ti aos poucos e não vais conseguir raciocinar a direito… só vais querer colocá-la de novo no calabouço e aí será tarde demais… é assim a maldição de sentir demais… como dizia a profecia…

janeiro 23, 2006

A dor da indiferença



Hoje dói-me a alma. Queria fazer um post de amor mas não o sinto honestamente.
Acho que a única coisa que consigo sentir ultimamente é esta coisa doentia que me corrói e que tendo confundir com amor. Dói-me a alma e o coração por saber que a outra metade da minha laranja se deixou corroer até ficar completamente podre… dói-me por saber que o único amor verdadeiro que vivi passou a ser unilateral.

Dói-me saber que o tempo não volta atrás e que tudo o que posso reviver das recordações não passa de uma ilusão… prefiro ser a casca vazia e anestesiada que andava por aí sem sentir do que sentir este desespero de nada poder fazer para endireitar as coisas… porquê todos estes desencontros testes e provações por que passámos? Qual foi o propósito dos Deuses ao brincarem assim com as nossas vidas?

Não quero mais saber de pactos que apenas servem para descansares a tua consciência quando no dia a dia nem te lembras que eu existo. Espero que te levantes e sejas feliz. Eu vou morrer para ti agora, apesar de tu já me teres enterrado há muito…

janeiro 16, 2006

Mesmo que já não seja eu...


É bom ver que restou alguma coisa de bom dessa confusão em que te auto-transformaste... mesmo que não me seja permitido assistir a essa tua ascensão milagrosa, mesmo que os teus toques mágicos, os teus textos, as tuas fotos, já não sejam de mim nem para mim...
É bom saber que de alguma forma estás a lutar para te encontrares e que não estás sozinho...
É bom ver que lês as prosas de alguém, mesmo que não sejam as minhas...
É bom saber que ainda marcas presença na anarquia virtual e que deixas alguém sem palavras, talvez com um sorriso nos lábios ou lágrimas nos olhos, mesmo que esse alguém não seja eu...
É bom ver que estás a tentar, mesmo que não seja comigo, mesmo que isso me doa como punhais na alma.
Não te desejo nenhum mal, só quero que sejas feliz, mesmo que não seja comigo...

janeiro 09, 2006

Injustiça quebra-laços


Sabes que sei que não sou bonita e aproveitas isso para me magoares pelo simples egoísmo de não quereres manter laços para tua auto-protecção.
O que é que essa atitude faz de ti?
Sentes-te mais homem por brincares aos duros e magoares quem só te quiz oferecer desinteressadamente uma amizade linda e pura?
Sentes-te mais homem por saberes que tens o poder de fazer chorar uma mulher?
Eu sou resistente, embora fragilizada pelas mágoas do passado e do presente e por amizade perdoo tudo... mas por favor, não abuses... é injusto e eu não mereço... não vindo de ti!...

janeiro 07, 2006

Onde não estás...



Desapareste outra vez. Hoje também não me interessa onde estás; sei onde não estás: não estás aqui comigo a olhar a chama da lareira e a partilhar confidências, se calhar nunca estiveste e foi tudo imaginação minha... até tu! Depois de mil declarações e juras de amor em que quase acreditei não tens coragem nem para me enfrentar, olhar-me nos olhos e dizer: já não te quero.
Seria uma frase libertadora para mim. Poupavas-me o tempo que levo todos os dias a pensar que tenho que te esquecer e que hoje ja sinto um pouco menos a tua falta do que ontem... Não estás aqui e isso hoje é tudo o que importa. Não és como um dia pensei, em nada diferente dos outros. Não foi a ti que amei, mas sim a um holograma criado pela minha imaginação. Talvez os momentos que pensei que fossem "os nossos" tenham sido só meus... talvez até os tenha passado sozinha... tudo fruto da minha larga criatividade... Agora cada vez existes menos... desvaneces-te no ar de dia para dia e para dizer a verdade já nem me ralo muito se estás ou não estás, se existes ou não existes... de qualquer forma, realidade ou ficção valeu a pena, foram os melhores momentos da minha vida.
Now it's time to move on...

janeiro 05, 2006

Onde estás?

Onde estás? Porque não dizes nada? Não morri, ainda aqui estou... e tenho saudades tuas... Estás bem? Conseguiste vencer os fantasmas interiores que te atormentavam a mente?

O meu conto real


Voltei ao quase normal do pouco espírito que me resta. Já recomecei a reparar de novo nos pormenores, nas trocas de olhares, nas vidas que rodeiam a casca que sobrou de mim...
A minha essência enfraquecida quase toca a das personagens do meu conto real; queria poder dispô-las como marionetas de cordel e escrever o guião do meu teatro privado... Escreveria tudo ao contrário e entraria no meu próprio cenário, onde seria eu o topo da cadeia alimentar e o meu alter-ego estaria sempre no seu máximo... ou talvez não... Afinal não deve ter muita piada não sobrar nada para desejar... Mas não sou eu que tenho o poder de mudar nada e quanto a isso não posso fazer nada, portanto e eles que se olhem, que se amem, que se toquem, que se magoem, que se fodam!