junho 21, 2005

Litha


Quando o sagrado se mistura com o profano , acende-se essa alquimia que arrepia mesmo o mais descrente… e tu, senhora dos ventos, do fogo, da terra e dos mares, acordas em Litha e fazes amor com o teu Deus cornífero que para outros se chama João… ninguém está certo… ninguém está errado tampouco… o mundo está apenas pobre de fé, pobre de valores, paupérrimo de Amor . Se existisses agora serias decerto apelidade de muitos nomes feios, alguns que até já perderam no caminho o seu significado genuíno… ainda bem para ti que não passas de uma personagem do passado para alguns e do imaginário para outros… tu e o teu João dos balões…

junho 20, 2005

Marteladas...

A batida constante desse ruído agudo entra-te na alma como tortura imprópria de quem nada fez... gostarias de poder parar o universo, congelar o tempo para absorveres todo o conhecimento que pudesses e só depois fazer "play" novamente... mas não podes, o tempo escasseia e o martelar de quem destrói impede que te concentres seja no que for... sentes o cérebro inerte e vazio como se tivesse sido aspirado e lamentas o tempo que perdeste a lamentar-te...

junho 17, 2005

A imagem da máscara

Olhas no espelho e vês apenas um resto da mulher pouco bonita mas vistosa que outrora foste. Lamentas mais uma vez as voltas que a vida deu e sentes o peso da solidão... ele não tinha o direito... contas as rugas e besuntas-te insistentemente com cremes oleosos como se isso fosse melhorar a tua aparência. Tentas em vão armar o cabelo desalinhado para pareceres a senhora que nunca serás... o tempo não te permitirá viver muito mais. Também não tens pena, estás cansada da vida vazia e fútil que levas. Já nem sabes quem és... vestiste uma personagem que não és tu e agora a única coisa que sabes é que nunca foste feliz...

Se eu acreditasse no Amor...

Se eu acreditasse no Amor esperava por ti... mas a vida já me foi cruel demais para que me permita continuar a acreditar em frases rebuscadas e falsas promessas de que um dia tudo será diferente... Se eu acreditasse no Amor seria como nos livros de historias da nossa infância, viveriamos felizes para sempre e nunca seria meia-noite para que tudo se voltasse a transformar. Se eu ainda acreditasse no Amor até podiamos ser almas gémeas porque quem acredita no Amor está convencido que elas existem. Mas o Amor não existe... é apenas um grave distúrbio mental!

junho 16, 2005

Expludam Todos!

Expludam todos! Vão para o raio que os parta... deixem-me em paz! Parem de me azucrinar a cabeça, de encher o meu cérebro de reclamações vazias e sem sentido! Ouço as vossas vozes ecoar pela madrugada qual purgatório de insónias... trazem até mim pesadelos do passado e fantasmas que não me deixam... Expludam todos e ardam no inferno como achas na fogueira, mas por favor deixem-me em paz... Quero enfiar-me numa caixa de fósforos e atirar-me para as condutas de ar condicionado!

A caminho...

As pedras de alcatrão começam a ficar cada vez mais longe, dando lugar ao trilho natural por entre arbustos e silvas que nos leva ao mistério da criação.
Para trás fica todo o ruído surdo do dia-a-dia, ficam todas as mágoas e recordações desagradáveis e em frente vemos apenas a luz das estrelas.
O peso da mochila fica cada vez mais leve ate desaparecer totalmente... também nós desapareceremos em breve...
À medida que nos vamos embrenhando na floresta apertamos as mãos num grito oco de "nunca mais te vou perder de vista".
Hoje a noite é nossa, bem como serão todos os amanheceres e fins de tarde...

junho 15, 2005

Não tenhas pena...


Comgratula-te por não teres encarnado neste inferno de mentes fazias e podres de seres dantescos que apenas vagueiam por aí não tenhas pena de não teres chegado a integrar o caos em que este pequeno planeta outrora paradisíaco se transformou... Aqui não há nada para ti... continua a tua jornada entre galáxias, supernovas, buracos negros e brechas temporais... De certeza que um dia os nossos caminhos se voltarão a cruzar...

Ainda espero...


Ainda espero... vou esperar enquanto acreditar que existe uma ténue esperança... virás um dia nas asas do vento e eu vou estar aqui, no ponto mais alto à tua espera para te receber com um abraço... um abraço de saudade de momentos que nunca existiram, mas que talvez se tornem reais se eu souber esperar sem deixar de te amar...

junho 14, 2005

Silêncio!


Palavras de raiva que se fecham num canto negro da mente para que não saiam e não possam incomodar os monstros de H2O que fingem mais sensibilidade do que realmente possuem... Palavras afogadas em mágoas de desespero de um grito que não pode sair... CALEM-SE TODOS! Deixem falar o silêncio, ele é o mais sábio, só com ele se pode aprender alguma coisa.

Felicidade


Entre multidões de vidas vazias e politicamente correctas, invejas e macumbas de maldade, desesperos, suicídios, acidentes e dependências, ás vezes ainda brilha uma luz muito ténue embora artificial dos que teimam em não sucumbir à matriz... dos que ainda respeitam a vida seja sob que forma for, juram que os animais têm alma e que as fadas existem... Amam a natureza e despem-se sem preconceito para fazerem amor com ela... vêm em cada flor de primavera ou em cada animal selvagem ou domesticado a liberdade e mil razões para viver. É por essa luzinha que tudo isto vale a pena... por isso e apesar de todas as contrariedades posso dizer com segurança que sou feliz!

junho 12, 2005

Toma...


Toma, são teus... todos os meus pensamentos, ideias, projectos e segredos; imagens de receios que até de mim escondia... agora são todos teus. Amanha-te com eles, faz o que te aprouver, ou então não faças nada... Fica apenas... fica se te apetecer partilhar os teus...

junho 09, 2005

Enjoos


Vomitas palavras ocas e quase te engasgas com a gula da razão que não tens... Gesticulas demasiado e coças descaradamente os tomates olhando de esguelha para o outro gay da sala... comê-lo-ias se isso te fosse possível, mas por enquanto ainda não... Queres tanto chamar a atenção sobre ti mesmo que quase te estampas da cadeira onde estas mais ou menos sentado para satisfação e riso surdo dos restantes presentes que incomodas por existir. Não fazes ideia da figura ridícula que fazes pois não?

Raios te partam...


Raios te partam por esta coisa que deixas em mim e que tanto tem de delicioso como de proibido...raios te partam pelas avalanches de sentimentos que provocas e que não me apeteciam... raios te partam pelas palavras, as imagens, os gestos, a voz... o conjunto de ti... raios te partam pelos momentos inesquecíveis que tatuaste no meu cérebro na secção recordações e que teimam em entranhar-se com sede de mais... raios te partam por gostares de pores-do-sol na praia, de histórias inventadas, de cabanas de madeira e bolos de chocolate... raios te partam por todos os estragos que vais provocar... e raios me partam a mim por te amar...

junho 08, 2005

Mataste-me


Mataste-me! Espero que te regozijes agora ao contemplar os meus olhos sem vida e o meu corpo sem acção. Olha agora o que sobrou da personagem alegre e meiga que um dia me lembro de ter representado e que quase pensei ser a minha essência genuína... Mataste-me devagarinho e cada golpe te deu um prazer imenso; agora apenas olhas com desprezo o corpo e alma que não aguentaram mais as tuas facadas.

junho 07, 2005

Posse

Em nome do Amor abstracto e não platónico te ordeno que me possuas... ordeno-te que te reboles e entres em mim com o fogo de quem nunca antes amou. Quero ouvir o rugido das mais recônditas entranhas da terra nesse teu toque carnal de quem não se importa com mais nada, nessa inocência que de aparente nada tem... escorrega por mim e explode com a fúria de mil vulcões e a raiva de 10 Aquiles sem calcanhar... e eu serei tua... para sempre!

Pirilampo

Vagueias qual pirilampo frágil e luminoso, apagado pela luz do sol... apetece-me pegar num mata-moscas e acabar de vez com esse teu zumbido irritante que não pára de massacrar no meu ouvido... apetecia-me poder dar-te uma descarga energética tão grande que se transformasse em curto-circuito e te fizesse por uma vez transformares-te num homem!

junho 06, 2005

Não sou nada...

Não sou nada... arrancas-me à solidão da minha indiferença para me lançares numa montanha russa de sentimentos que só acaba com a loucura do desespero... deixas-me nua, indefesa, incapaz de enfrentar algo que antes de ti nem conhecia... Não sou nada! Nunca serei nada para ti... por mim.. nem para ninguém...

junho 03, 2005

Estilhaços


Estilhaços...é neles que sempre se transforma um coração apaixonado... um coração que ama desmesuradamente e tudo dá sem nada esperar em troca, mas que sofre em silêncio corroído pelo ciúme e pela loucura do seu próprio sentimento. A culpa não é de ninguém... nunca é mas a única coisa que sempre sobra são os irrecuperáveis estilhaços...

junho 02, 2005

Essência


A minha essência flutua junto a ti... todos os dias, a cada minuto que passa e tu nem dás por ela. Acompanha todos os teus passos, cada movimento teu na esperança que um dia acordes e simplesmente sorrias porque te apercebeste da sua presença.

junho 01, 2005

Produção de pérolas

Uma ostra que não foi ferida não produz pérolas.
Pérolas sao produtos da dor, resultados da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior das ostras, como um parasita ou um grão de areia. Na parte interna da concha encontra-se uma substância chamada nacar. Quando o grão de areia penetra as células do nacar, estas começam a trabalhar e a cobrir o grão com camadas para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado, uma linda pérola vai se formando ali no seu interior.
Uma ostra que nunca foi ferida nunca vai produzir pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada.